Eu fiquei pensando nesta história e resolvi registrar pra até
mesmo não esquecer.
Era
domingo, passado já das 22 hrs, eu e mais uma galerinha da igreja estávamos nos
preparando para sair e tomar sorvete, de repente um carro aparece, muito lento
a mulher dentro estava dirigindo, não conseguia subir a rua, até que parou o
carro. Um amigo nos alertou que ela estava estranha, fui ver o que era e bati
no vidro, ela baixou, estava meio sonâmbula, com sono, alterada. Pedi pra que
descesse do carro, ela precisou de ajuda, pois eu tinha falado que conosco
estava um enfermeiro e era verdade, interessante que ela confiou em nós. Um
presbítero, um enfermeiro, algumas pessoas em volta, mas que ficaram afastadas
e mais duas pessoas disponíveis para um auxílio e eu ficamos perto da moça na
calçada onde pedimos para ela se sentar. Comecei a fazer perguntas pra ela,
qual era o nome, idade, e fui sincero, "só vou poder te ajudar se você me
contar o que está acontecendo" e ela me contou. Ela tinha brigado com o
marido, discutido os dois, porque ela era advogada e trabalhava no escritório
dele, ela estava desnorteada, confusa, mas me falou da sua filha que estava em
outra cidade, me falou que a família dela inteira era da Síria, que ela era
árabe, e por engravidar antes de casar foi excluída da família, ou seja, eu
estava ali lidando com um caso que uma mulher brigada com o marido ou
vice-versa se não voltasse para a casa não teria pra onde ir. Ela tinha tomado
40 cumprimidos de calmante, tinha bebido um pouco e ia se matar na rodovia com
o carro, a pergunta que fica é, se ela estava pra lá do portal, um pouco distante
de onde estávamos, como ela foi parar no centro? Nem ela sabe como, tanto que
me perguntou depois de estar bem onde a encontramos. Uma moça com vontade de se
matar, brigada com o esposo, sem rumo, sem esperança, o que eu pensei a fazer
no momento foi orar. Meu professor de espiritualidade me ensinou a orar de um
modo que eu sinceramente não acreditava, na hora me veio a mente fazer esta
oração, mas como teste, assim pedi a ela se eu poderia fazer uma oração, peguei
na mão dela e junto com o presbítero e mais duas pessoas orei assim:
"Senhor, se for do teu querer, tira agora desta moça a ideação suicida e
tranquiliza o coração dela, em nome de Jesus, amém". Aí eu perguntei a
ela: está com vontade, pensando em morrer ainda? Ela me disse que não. Perguntei,
como está o seu coração? Ela me disse tranquilo e sorriu. Meu Deus! Funcionou,
foi do querer de Deus naquela hora tranquilizar aquele coração e tirar dela
maus pensamentos. Assim levamos ela pro hospital, presbítero foi dirigindo o
carro dela e fomos tentando entrar em contato com o marido dela. Localizado o
cadastro dela, ela foi atendida e ficado no hospital mesmo. Estávamos em 8
pessoas acompanhando ela no hospital. O marido localizado ele foi rápido no
hospital, quando ele chegou pensei que ele ia me dar um soco e também no meu
amigo enfermeiro, ele estava muito nervoso, mas nos agradeceu e entrou vê-la.
Neste meio tempo só estávamos em 3 no hospital, o restante precisou ir embora.
Na saída a recepcionista correr atrás da gente e queria conversar. Pra minha
surpresa ela quando criança nos contou que ia na nossa igreja, mas que depois
parou de ir. Nos contou também que aquele moço que veio procurar a moça 3 dias
atrás e já estava procurando ela, pensando que ela estava em algum hospital
internada. Saindo dali pensamos, depois de ver uma ficha de internação desta
moça por dependência, com certeza ela é uma mulher com dependência de remédios,
bebida ou drogas, e o marido não suportando a situação pediu divórcio, mas ela
não aceitou, o que fez com que causasse tudo aquilo. Dois dias depois, por
orientação do presbítero, eu entro em contato com esta moça por whatsApp. Ela
me disse que queria mesmo falar com a gente, agradeceu muito e me inscreveu o
seguinte:
"Oi, nossa, queria tanto falar com vcs... não lembro muita
coisa, nunca vou ter como agradecer, são meus anjos da guarda, estou bem. Muito
obrigada mesmo. De que igreja vcs são? Eu estava lá no centro? Nossa... como eu
disse, não lembro muita coisa, eu vou na igreja de vcs qualquer dia desses,
quero ver vcs, mas no hospital sonhei com Deus e com vcs, e ele me disse que
enviou irmãos para me dar a mão, mas que eu tinha que querer, e sabe de uma
coisa? Até então eu nunca tinha acreditado em Deus, agora não tenho mais
dúvidas, e vi que ainda existem pessoas boas. É estranho eu ter
conseguido chegar no centro pq eu estava perto do portal de Americana, lá
na saída da cidade, ou seja, Deus mesmo. Estou muito emocionada como nunca
estive na vida... e a história se seguiu. Ela apareceu na igreja, num sábado no
encontro de jovens, isto que acabei de relatar ela falou novamente numa roda
com adolescentes e jovens, simplesmente arrepiou. As meninas trouxeram-a para a
sala da mocidade, deram uma Bíblia a ela e ela disse que nunca tinha pego numa
Bíblia. Ela disse que pensava que Jesus era que nem Alá, um deus bravo que por
qualquer coisa nos manda para o inferno. Ela nos contou também das vezes que
teve que decorar o alcorão para não apanhar do pai. Nessa noite presenciamos,
todos que estavam ali, uma conversão de uma muçulmana. Ela quer saber mais quem
é Jesus, ela refletiu nas letras cantadas. Simplesmente sensacional aquele dia.











