terça-feira, 16 de julho de 2019

O DESEJO DE MORRER


A morte pra mim não se apresenta como uma inimiga, mas como amiga. Mesmo eu não querendo a presença dela, ela me diz que um dia serei dela. A morte pra mim se apresenta como sendo uma esperança, um conforto, um alívio que nunca de fato tive. Dizem que do outro lado a vida é melhor e eu quero ir pra lá desfrutar desse bem maior. Só quero que o sofrimento passe, pois doi e isso me corroi por dentro, pois penso que não vou dar conta, penso em desistir, penso que não vou conseguir. Mas me vem a memória uma fala de alguém que anos atrás me disse: eu escolho você pra mim, pra cumprir os meus propósitos que são bondosos pra sua vida, não desista porque sozinho você não está, pois estou contigo nesse caminho e te guio em paz.


terça-feira, 23 de abril de 2019

SAUDADES, VÓ SANTINA!



Estava eu em Americana-SP, minha mãe liga chorando e me diz: A vó Santina faleceu. Eu estava deitado me recuperando de uma joelhada na coxa que me deram em comemoração do meu aniversário. O estado dela era grave, mas ela faleceu bem no dia do aniversário dela depois do meu. Um vazio no peito veio, nunca participei de uma guerra, mas pelo que li sobre esse assunto a sensação que tive assim como minha família, foi como que tivéssemos perdido uma batalha. Estávamos sem chão, a vó se foi... Vô Hélio, Vô Lora, Tio Carlão, Tia Cida (minha mãe biológica), Tio Matias, Tia Roseli, Tia Nair, Tânia e agora a vó. Pessoas passam na nossa vida sempre com algum propósito. Não será igual chegar na casa da vó, chamá-la e não vê-la saindo para nos receber, não será igual ligar para ela e perguntar: Vó, pode ir almoçar na sua casa? E ela dizer: Podem vim, não será igual nadar na Tapera (Rio do Turvo) sem antes ela falar: Cuidado lá, não será igual olhar na janela e não ter ela ao lado pra falar pra gente se ia chover ou não, e o natal que sempre fazemos na casa dela? Não será igual o natal sem ela. Todos que passavam pela casa dela sempre tinha alguma coisa a aprender dela. O que é poiá, o que é ficar de beke, o que é reinar, o que é ter um coração loko de bão que é o coração que ela tinha. Nós não estamos falando para a senhora um tchau, mas um até breve, pois sabemos que aqui neste mundo, Vó, só estamos de passagem, o nosso lugar é onde a senhora está agora, no lugar em que o espírito volta para Deus. Se eu pudesse te dizer eu diria:  MUITO OBRIGADO PELA VÓ QUE A SENHORA FOI PARA TODOS NÓS!

Dicionário Bateiense, da Família Anhaia (Bairro Bateia de Cima), um dialeto local:

Carão de Urso: Cara feia, emburrado. 
Maração: Mau ação.
Marotão: Menino mal criado.
Poiá: Fogão a Lenha.
Jacuboy: Pessoa metida a rico.
Especula de rodinha: Pessoa que quer saber de tudo, saber de mais das coisas.
Pélocredo: Credo.
Pataquada: Mentira.
Pintchá: Jogar.
Moleo: Jogar (também).
Fique de Beke: Aguarde, espere.
Reinar: Pensar.
Do Mai Bão: Muito bom!
Loko de bão: Bom demais!
Deus que o tenha no Reino da Glória, são expressões da Família Anhaia e que minha vó falava bastante.