O ódio está presente em nossa vida, ele é um pecado. Há várias causas
pra termos esse sentimento nada agradável. Antes de começarmos a falar sobre
ódio, vamos ver o que significa.
O QUE É O ÓDIO?
R: Raiva; Detestar; Rancor.
JACÓ, CONTA-NOS A BÍBLIA, OBTENDO O DIREITO DE PRIMOGENITURA POR UM
PRATO DE LENTILHAS, GANHANDO A BÊNÇÃO DO PAI POR UMA SOPA FEITA ÀS PRESSAS,
FUGIU DA IRA DO IRMÃO MAIS DE UMA VEZ.
“ESAÚ GUARDOU RANCOR CONTRA JACÓ POR CAUSA DA
BÊNÇÃO QUE SEU PAI LHE DERA. E DISSE A SI MESMO: OS DIAS DE LUTO PELA MORTE DE
MEU PAI ESTÃO PRÓXIMOS, ENTÃO MATAREI O MEU IRMÃO” (Gênesis 27.41)
Esaú guardou rancor, ou seja, ódio contra seu irmão que aproveitando o fato do pai estar
velho e cego, obteve a bênção que era pra ser de Esaú. Jacó foge de seu irmão,
Jacó também foge de seu sogro.
JACÓ PREPARANDO-SE PARA O ENCONTRO COM SEU IRMÃO FAZ A SEGUINTE ORAÇÃO:
Então Jacó orou: "Ó
Deus de meu pai Abraão, Deus de meu pai Isaque, ó Senhor que me disseste:
‘Volte para a sua terra e para os seus parentes e eu o farei prosperar’; não sou digno de toda a bondade e
lealdade com que trataste o teu servo. Quando atravessei o Jordão
eu tinha apenas o meu cajado, mas agora possuo duas caravanas.
Livra-me, rogo-te, das mãos de meu irmão Esaú, porque
tenho medo que ele venha nos atacar, tanto a mim como às mães e às crianças
(Gênesis 32:9-11)
O ENCONTRO ENTRE OS IRMÃOS ACONTECEU:
“Quando Jacó olhou e viu que
Esaú estava se aproximando, com quatrocentos homens, dividiu as crianças entre
Lia, Raquel e as duas servas.
Colocou as servas e os seus filhos à frente, Lia
e seus filhos depois, e Raquel com José por último.
Ele mesmo passou à frente e, ao aproximar-se do
seu irmão, curvou-se até o chão sete vezes.
Mas Esaú correu ao encontro de Jacó e abraçou-se
ao seu pescoço, e o beijou. E eles choraram”. (Gênesis 33:1-4)
As vezes ficamos a pensar, como isso é possível? Uma bênção roubada
motivada pela mentira, produziu ódio no coração de Esaú contra seu irmão, um
desejo de matar, e no encontro entre eles os dois se abraçam,se beijam e
choram. Isso é perdão.
Outra ilustração que podemos dar é a história de Ives Ota.
Na manhã de 29 de agosto de 1997, o menino Ives Ota,
então com 8 anos de idade, foi sequestrado por três homens quando brincava na
sala de sua casa, na Vila Carrão, Zona Leste de São Paulo. Na tarde do mesmo
dia, estava morto. Foi assassinado com dois tiros no rosto porque reconheceu um
de seus sequestradores, Paulo de Tarso Dantas, como um dos policiais militares
que trabalhavam como seguranças nas lojas de seu pai (os outros dois eram Sérgio
Eduardo Pereira de Souza, também policial, e Sílvio da Costa Batista), o
comerciante Massataka Ota. Atualmente, Ota, nascido na província japonesa de
Okinawa, dirige uma fundação que se dedica a ajudar, além de crianças carentes,
criminosos condenados. Pelo menos duas vezes por mês, ele visita o presídio
militar Romão Gomes levando sementes e implementos agrícolas. Dois dos
assassinos de Ives, os ex-PMs, estão presos lá. Ota já pensou em matá-los, mas
hoje diz tê-los perdoado.
Entrevista com a revista VEJA:
Veja – O que aconteceu quando o senhor encontrou com os
sequestradores no julgamento?
Ota – Quando eu cheguei ao fórum, eles estavam numa sala, os três juntos. O
juiz disse que, se eu quisesse, poderia vê-los pelo olho mágico. Só que, em vez
de olhar pelo olho mágico, eu fui lá e abri a porta. Fiquei frente a frente com
os três. Eles abaixaram a cabeça. Eu cutuquei um de cada vez e falei:
"Olha para mim, olha para o pai do garoto que vocês mataram". Eles
não olhavam. Aí, eu disse: "Vocês mataram meu filho, mas eu não vou matar
vocês. Vim aqui para perdoar vocês". Eu não tinha planejado falar aquilo,
mas saiu. Naquele momento, eu nem sabia por que eu falava aquilo.
Veja – Era sincero?
Ota – Naquele
momento, não sei.
Veja – Quando o senhor achou que conseguiu perdoá-los de
verdade?
Ota – Foi
quando um programa de TV me convidou para um encontro com eles. Aceitei
justamente porque queria saber se, de fato, eu conseguiria encará-los sem ódio.
Os dois militares não aceitaram o convite do programa. Fui para Avaré, para me
encontrar com o terceiro seqüestrador, que é civil. Eu estava tremendo. Quando
senti que ele já estava no corredor, vindo na minha direção, fiquei com medo.
Pensei que fosse ter vontade de esganá-lo. Mas quando ele chegou à minha
frente, o nervosismo passou. Aí, comecei a falar, falar e saí de lá muito
aliviado. Foi quando tive a certeza de que eu tinha perdoado.
Veja – Perdoar ajudou?
Ota – Ajudou.
Porque o ódio come a gente. Quando você consegue desculpar sinceramente a
pessoa que lhe fez mal, você se sente muito melhor. Perdoar não é só bom para
quem é perdoado. É bom para quem perdoa também.
Veja – O senhor disse que recentemente tentou
novamente conversar com os assassinos de seu filho e eles se recusaram. O que
ainda gostaria de dizer para eles?
Ota – Eu
queria que um dia eles me pedissem perdão pelo que fizeram.
Veja – Por que o senhor considera isso importante?
Ota – Não sei bem por quê.
Mas eu queria. Acho que para poder chegar em casa e dizer para a minha mulher:
"Olha, hoje fui lá, conversei com eles, e eles pediram perdão". Acho
que ela iria ficar contente.
Lendo esse fato incrível vemos que perdoar
não é esquecer, porque esquecer é amnésia (perca de memória), perdoar é aceitar
o faltoso novamente e recomeçar uma nova história.
Palavras de Jesus sobre vingança e amor aos inimigos:
“Vocês ouviram o que foi dito: Olho por olho
e dente por dente. Mas eu lhes digo: Não resistam ao perverso. Se alguém o
ferir na face direita, ofereça-lhe também a outra. E se alguém quiser processá-lo
e tirar-lhe a túnica, deixe que leve também a capa. Se alguém o forçar a
caminhar com ele uma milha, vá com ele duas. Dê a quem lhe pede, e não volte as
costas àquele que deseja pedir-lhe algo emprestado.
Vocês ouviram o que foi dito: Ame o seu
próximo e odeie o seu inimigo. Mas eu lhes digo: Amem os seus inimigos e orem
por aqueles que os perseguem, para que vocês venham a ser filhos de seu pai que
está nos céus. Porque Ele faz raiar o seu sol sobre maus e bons e derrama chuva
sobre justos e injustos.”
(Mateus 5 38-45)
Faça uma pergunta para você mesmo: “como posso me aproximar da pessoa que tanto tem ódio de mim?”, podemos ter a mesma atitude de Jacó
quando seu irmão teve ódio dele, a atitude de Jacó foi orar a Deus pedindo
orientações, pois ele estava com medo.
Se você tem dificuldades de perdoar, se você
fala a si mesmo “Eu não consigo perdoar!”, lembre-se das palavras de Massataka
Ota:
Perdoar ajudou?
Ota – Ajudou. Porque o ódio come a gente. Quando
você consegue desculpar sinceramente a pessoa que lhe fez mal, você se sente
muito melhor. Perdoar não é só bom para quem é perdoado. É bom para quem perdoa
também.